Doenças de PeleCelulite
Celulite
O que é?
Celulite é o nome popular da lipodistrofia ginoide, que nada mais é que o depósito de gordura sob a pele. Ela se caracteriza pelo aspecto ondulado da epiderme, tipo “casca de laranja”, em algumas áreas do corpo. Afeta cerca de 95% das mulheres após a puberdade, de todas as etnias, embora seja mais comum entre as de pele branca. Raramente é observada em homens, mas pode ocorrer quando houver algum desequilíbrio hormonal. Não é considerada uma doença, contudo é uma preocupação estética importante para um grande número de mulheres. A celulite tende a ocorrer nas áreas onde a gordura está sob a influência do estrógeno (hormônio feminino), como nos quadris, coxas e nádegas; também pode ser observada nas mamas, parte inferior do abdome, braços e nuca – curiosamente áreas em que é observado o padrão feminino de deposição de gordura. A obesidade não é condição necessária para a sua existência; há mulheres magras com celulite.
Causas A causa da celulite não é plenamente conhecida e é pouco estudada; existem inúmeras suposições não comprovadas. Os fatores predisponentes parecem ser hereditários, tais como: sexo, etnia, biotipo corporal e distribuição de gordura. As “covinhas” da celulite ocorrem devido à saliência da gordura hipodérmica na pele. Em mulheres, o tecido adiposo da hipoderme deposita-se em grandes feixes verticais. Esses feixes são separados por septos fibrosos perpendiculares (pontos de ancoragem da pele à faixa muscular) à superfície da pele, formando, assim, câmaras verticais. Esses septos, portanto, separam as células gordurosas em grupos e são formados por fibras que ligam a pele à musculatura localizada abaixo da hipoderme. Entre os fatores de predisposição temos:
a) Hereditariedade: o fator genético é importante. b) Problemas circulatórios: quando o sangue não flui bem, a drenagem das toxinas fica prejudicada e isso deixa o líquido que fica entre as células mais viscoso; c) Alterações hormonais: níveis de estrogênio (hormônio feminino) muito altos provocam disfunções no metabolismo que podem criar ou agravar a celulite. A pílula anticoncepcional também pode desencadear o problema, pois adiciona mais uma dose de hormônios circulando em seu organismo; d) Também é importante analisar o estilo de vida. A má alimentação (excesso de açúcares e carboidratos), o sedentarismo, a tensão emocional e o excesso de toxinas no organismo contribuem para o aparecimento da celulite.
Tipos de celulite Os graus de celulite são avaliados por meio da “Cellulite Severity Scale”, um método desenvolvido pelas dermatologistas brasileiras Doris Hexsel, Camile Hexsel e Taciana Dal Forno. Essa nova classificação avalia a celulite de forma mais objetiva e já é reconhecida internacionalmente. Essa classificação avalia as principais características clínicas da celulite, sendo elas:
Número e profundidade de depressões;
Aspecto das áreas elevadas da celulite;
Presença de lesões elevadas;
Presença de flacidez;
Graus da antiga classificação
Cada um dos itens acima recebe uma pontuação de zero a três. A soma total dos pontos vai mostrar se a celulite é:
Leve (1 a 5 pontos);
Moderada (6 a 10 pontos);
Grave (11 a 15 pontos).
A utilização dessa nova escala define com maior precisão os graus de celulite, levando em consideração os detalhes clínicos mais relevantes para cada paciente. Além disso, de acordo com a nota de cada característica, já é possível determinar como deve ser o tratamento mais eficaz.
Sintomas
Existem vários graus de celulite, desde aquele em que as depressões só aparecem quando se pinça a pele com os dedos ou os músculos se contraem, até o aspecto acolchoado e nodulações sempre visíveis. Nos graus avançados, a celulite pode até causar dor, pois promove a compressão de terminações nervosas locais, comprometendo a qualidade de vida. Os casos mais iniciais são assintomáticos, mas os mais adiantados podem incluir:
Região mais fria;
Endurecimento, dor e sensibilidade;
Pele com aspecto irregular.
Tratamento
Há muitos tratamentos oferecidos, mas é preciso ter cuidado e avaliar com crítica essas propostas que, muitas vezes, têm custos elevados e desproporcionais aos resultados possíveis, por isso a importância de procurar um médico dermatologista. Muitos cremes têm sido sugeridos sem nenhuma evidência de eficácia e sem nenhum efeito, exceto a hidratação da superfície da pele. Parece que uma dieta balanceada e bem orientada pode melhorar o aspecto da celulite pela redução da gordura. Muitos suplementos alimentares e misturas herbais estão disponíveis no mercado, com diversos apelos de benefícios, mas sem nenhuma comprovação até o momento. Existem muitos procedimentos sugeridos que apresentam alguma melhora imediata, mas, em geral, não são apresentados os efeitos em médio e em longo prazo. Entre esses procedimentos destacam-se: a drenagem linfática, radiação infravermelha, radiofrequência, ondas de choque ou ondas acústicas e ultrassom focado. Entre os procedimentos que apresentam melhores respostas temos: radiofrequência invasiva, ácido poliláctico e subcisão. Em geral, são propostas associações desses tratamentos com exercícios físicos e dieta adequada, que, sem dúvida, são importantes para saúde geral. É preciso ressaltar que nenhum tratamento para celulite e flacidez funciona sem alterações nos hábitos alimentares e no modo de vida. É preciso reduzir o consumo de açúcar e gorduras, tomar muita água e praticar exercícios físicos, como os aeróbicos, que ajudam na redução da gordura corporal, ou a musculação, que auxilia para a firmeza para a pele. Concluindo, o tratamento da celulite é muito difícil e precisa ser realizado com a combinação de tratamentos e grande adesão do paciente à mudança de hábitos e de estilo de vida. É preciso cuidado com a imensa propaganda de produtos (cremes, suplementos) e “aparelhos” com promessa de resultados milagrosos, em geral de custo elevado e eficácia muito variável.
Prevenção
Os fatores agravantes, não confirmados, são: hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, estresse, gravidez, medicamentos como anticoncepcionais e fumo. Muitos estudiosos consideram a celulite uma condição fisiológica, característica das mulheres, com muitos fatores envolvidos, mas desconhecidos. Deste modo, a melhor forma de se prevenir é investir em hábitos saudáveis, tais como: -beber uma grande quantidade de água diariamente para melhorar a circulação sanguínea; -diminuir a ingestão de sódio, que pode causar retenção hídrica; -evitar alimentos gordurosos e muito doces, como os das redes de fast-food; -parar de fumar; -praticar alguma atividade física – isso irá melhorar a circulação sanguínea, além de reduzir a gordura corporal e diminuir as medidas, o que pode atenuar o problema.
Fonte: SBD – www.sbd.org.br
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